segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

FAMÍLIAS SÃO BENEFICIADAS COM BICA PÚBLICA EM RIO GRANDE


Água utilizada pelos moradores irá gerar um custo que será pago pela prefeitura com tarifa diferenciada e desconto de 50%
 
Na manhã desta sexta-feira a Corsan instalou o hidrômetro necessário para o fornecimento de água  (Foto: Marcus Maciel - DP)
Na manhã desta sexta-feira a Corsan instalou o hidrômetro necessário para o fornecimento de água (Foto: Marcus Maciel - DP)

A Corsan, com o apoio da prefeitura, irá disponibilizar o fornecimento de água para famílias que residem em um aglomerado urbano irregular na rua Henrique Pancada com José de Alencar, quase no final da avenida Portugal. Segundo o superintendente regional da Companhia, Ricardo Feitas da Silva, a meta da companhia é de zerar o déficit de abastecimento de água em Rio Grande. Na manhã desta sexta-feira (14) a Corsan instalou o hidrômetro necessário para o fornecimento de água para cerca de 300 famílias que residem na área.
Os terrenos, onde as residências foram construídas, pertencem ao Patrimônio da União. A moradora mais velha tem 90 anos e sempre residiu na localidade. O histórico do aglomerado é antigo, da época que existiam dunas na orla da Lagoa dos Patos. Com o calor intenso que atingiu a região desde o mês de dezembro, a água que era disponibilizada por abastecimento clandestino começou a faltar. Com isso os moradores se reuniram e procuraram a Corsan em busca de alguma solução. O problema era complexo, já que a concessionária não poderia instalar uma rede de distribuição de água sem a autorização do poder concedente, a prefeitura.
Diversas reuniões foram realizadas entre moradores, Executivo, Legislativo e Corsan. A solução encontrada para sanar o problema foi a de construir uma rede para distribuição de água por meio de uma bica pública. A água utilizada pelos moradores irá gerar um custo que será pago pela prefeitura com tarifa diferenciada e desconto de 50%. “Não tínhamos como fazer a instalação regular, por isso buscamos uma alternativa. A prefeitura se sensibilizou e irá assumir a tarifa que será gerada após a liberação da rede”, informou Silva. A rede foi instalada em três quadras pela rua José de Alencar, chegando na Henrique Pancada, onde mais 50 metros irão comportar a rede de 50 milímetros a partir do hidrômetro. A retroescavadeira o os profissionais da Corsan estão trabalhando no local. “A questão era atípica, envolvendo problema social, a gente não pode deixar de abastecer”. Silva explicou que já conversou com os moradores sobre o uso correto da água e o cuidado para não haver desperdício.
Parceria para abastecimento
O secretário de Comunicação e Relações Institucionais, Paulo Roberto Rodrigues, acompanhou a colocação do hidrômetro. Segundo ele, por parte da prefeitura existe o entendimento e a sensibilidade de que o local é uma região habitada e com isso foi feita a parceria com a companhia de abastecimento. A pedido do prefeito Alexandre Lindenmeyer foi feita uma análise por parte da assessoria jurídica do Executivo e dado o aval para liberação da obra. “É uma ação emergencial onde a prefeitura entra com o pagamento dos valores gastos com o consumo da água, através da modalidade bica pública”, disse Rodrigues. Ele ainda salientou que o Executivo está empenhado em buscar a regularização das áreas do município. “Continuamos a briga pela regularização junto ao Patrimônio da União”.
O superintendente informou que atualmente são necessários 12 quilômetros de ampliação na rede, mas a questão esbarra nos problemas de regularização fundiária, em áreas que não são do município como áreas da Marinha.
Comunidade satisfeita
Gilnei Moraes Gonçalves é morador da Henrique Pancada há seis anos. “Para nós vai ficar muito bom, só quem mora aqui que sabe como era a falta de água, esses dias eu atravessei a cidade para tomar banho na casa da minha mãe”, disse. Karen Araújo, moradora há 23 anos na localidade, participou das reuniões realizadas na Câmara de Vereadores e está se mobilizando para ser a presidente do bairro. Sobre a instalação da bica pública ela disse que a comunidade ficou satisfeita. “Excelente porque as pessoas passaram muito trabalho, brigaram por água principalmente no Natal e Réveillon, no mundo que vivemos hoje, com toda tecnologia, é inadmissível brigar por água”. Um morador, segundo relatos, chegou ao ponto de utilizar uma picareta para perfurar o solo na tentativa de encontrar o cano de água da vizinha e puxar uma rede clandestina.

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